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Tuesday, December 4, 2012

A SABEDORIA DA NATUREZA - Roberto Otsu

"Julgar é separar. No julgamento, as pessoas procuram ver a diferença que separa e não o ponto essencial em comum. Julgar é uma forma inconsciente de autovalorização em detrimento do outro. É querer se sentir superior ao outro, é uma forma de afirmar que se está acima das falhas alheias. Enquanto julgarmos e acreditarmos nas aparências, não teremos condições de entender o que acontece." (A sabedoria da natureza, pg. 221)
 O texto é de fácil leitura, com linguajar claro e simples. Trata das ideias do taoismo e a sua aplicação em nossa vida cotidiana. O autor apresenta diferentes exemplos contemporâneos para cada um dos ensinamentos que apresenta. Como descrito na capa do livro: "Para o Taoismo e para várias filosofias de outras civilizações, ser sábio é seguir as leis da Natureza, pois o ser humano é fruto dela. Ao contemplar a Natureza com reverência e entrar em sintonia com ela, podemos atingir o equilíbrio físico, mental e espiritual." 

O autor divide o livro em 5 capítulos principais que tratam de elementos da natureza e, a partir deles, abre os ensinamentos que cada um pode trazer para nós, descritos em subtítulos. No início achei o texto um tanto repetitivo, mas depois me acostumei com seu estilo e tentei me abrir para o que me estava sendo apresentado. Se lermos com atenção, acredito que podemos tirar vários ensinamentos interessantes e colocá-los em prática no nosso dia a dia. Mas cada um tem que ler e tirar suas próprias conclusões sobre as ideias apresentadas!

Gostei, em especial, de várias partes do livro mas tive que selecionar algumas e, como de costume, separei  aqueles trechos que achei mais interessantes:

"O que ocorre é que nós, seres humanos, somos apegados às pessoas, às coisas e às situações. É comum querer que as coisas sejam permanentes. Muitas vezes, preferimos a ilusão do duradouro à realidade da mutação e impermanência. Queremos que a vida seja do jeito que idealizamos e não do jeito que ela é. Lidar com a impermanência é um exercício de aceitação da realidade." (pg. 28)

"Quem é feliz não faz comparações, não se mete na vida alheia, não compete, sabe o que é suficiência e não se deixa escravizar pelos desejos, pela cobiça." (pg. 76)

"Não é possível mudar a realidade eterna a nosso bel-prazer. (...) Na vida, as mudanças possíveis são de âmbito interno e não externo. Podemos mudar nossa forma de encarar as coisas, nossas posturas, nossos objetivos e valores, mas não podemos mudar as outras pessoas porque assim o desejamos." (pg. 110)

"Nosso desenvolvimento acontece em acúmulos constantes de informações, de experiências e de conclusões. Mas uma nova camada só pode ser acrescentada se a anterior já tiver sido formada. Só se constrói em cima de algo já existente, já consolidado." (pg. 133)

"O que quer que nos aconteça será parte de nossa história pessoal, mas não é a nossa história. Os acontecimentos de hoje serão apenas uma lembrança daqui a dois ou três anos. Vai ser apenas uma parte de um todo que é a nossa vida. Toda dificuldade é apenas um momento da vida, não é a vida em si." (pg. 143)

Sobre esta edição: OTSU, Roberto. A sabedoria da natureza. São Paulo: Ágora, 2006. 
(Este livro foi comprado pelo site Estante Virtual

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