"Em compensação, as putas dos países bálticos eram indefensáveis do ponto de vista econômico. As putas só davam dinheiro para o gasto e representavam, antes de mais nada, uma complicação capaz de a qualquer momento suscitar matérias hipócritas na mídia e debates naquele estranho parlamento sueco, chamado Riksdag, onde as regras do jogo, na opinião do gigante loiro, eram no mínimo pouco pouco claras. A vantagem das putas é que elas não representavam praticamente nenhum risco jurídico. Todo mundo gosta de puta - o procurador, o juiz, os tiras e um parlamentar aqui e ali. Ninguém ia ficar cavoucando para pôr um fim a essa atividade." (pg. 183)
Continuação da trama iniciada no livro 1 da série Millennium, A Menina que Brincava com Fogo prima pelo suspense. Ao contrário do seu antecessor, o segundo livro já começa 'pegando fogo', instigando a leitura sem parar! O autor escreve de uma forma que não deixa margem para um 'daqui a pouco eu acabo'. Há muita ação, violência, suspense, confusão, enfim, um aglomerado de eventos que não dá descanso.
Como dá para ver pelo intervalo entre as publicações dos posts, li esse livro bem rapidinho. Fui comprar o terceiro livro no fim de semana e não tinha! Tive que encomendar, pego amanhã. Nessa série não dei intervalo entre os livros como gosto de fazer. Diferentemente de livros como os da coleção Ramsés, este praticamente não repete informações do livro anterior, então não fica cansativo.
Assim como o primeiro livro, este segundo continua apresentando as diversas facetas da violência contra a mulher, abordando também a corrupção de pessoas que deveriam estar agindo para proteger, a existência de gangues e organizações voltadas para a exploração do comércio sexual e contrabando, preconceito, a discussão acerca dos crimes eletrônicos, dentre outros temas que surgem no decorrer da obra.
A curiosidade pelo terceiro livro já está me corroendo! Vou tentar colocar algumas passagens do texto, que criticam esses temas, sem dar spoilers. Mas é um pouco difícil, todo trecho tem alguma informação interessante que já entrega um pouco do futuro da história.
"Mikael era homem. Podia ir de uma cama a outra sem que ninguém sequer piscasse. Ela era mulher, e o fato de ter um amante, um só, e isso com a aprovação do marido - e ainda por cima ser fiel a esse amante há vinte anos -, suscitava conversas no minimo interessantes nos jantares da cidade. As pessoas realmente não têm mais o que fazer! Refletiu um instante, então pegou o telefone e ligou para o marido." (Erika Berger, pg. 132)
"...Com exceção de algumas poucas mulheres que se beneficiam do comércio do sexo, não existe nenhuma outra forma de criminalidade em que os papéis masculino e feminino sejam condição indispensável para o crime. Também não existe outra forma de criminalidade com tão ampla aceitação na sociedade e tão pouco empenho para acabar com ela." (Mia Bergman, pg. 97)
Este livro: LARSSON, Stieg. A menina que brincava com fogo. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
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