"Nada pior do que essas pessoas que não sabem nada, mas não sabem que não sabem nada, e levam suas vidas banais (toda vida é banal, mas a classe média com sua infinita baixa autoestima não sobrevive a esse fato) como se tivessem algum grande valor que não foi descoberto pelos outros." (Guia Politicamente Incorreto da Filosofia, pg. 184)."Uma mentira moral é sempre uma hipocrisia." (pg. 18)
Eu estava em uma papelaria, esperando para ser atendida, quando vi esse título na prateleira. Tive curiosidade de conhecê-lo e acabei lendo algumas de suas páginas. Enquanto eu lia, e ria de alguns trechos, fui intercedida por outro cliente da papelaria que disse já ter lido e gostado bastante do livro. Fiquei encucada e tive mais vontade de lê-lo!
A leitura é muito tranquila e o finalizei em apenas dois dias. São 230 páginas numeradas mas entre os capítulos há sempre 3 ou 4 páginas pretas ou ilustradas que não possuem texto. Então a leitura é bem rápida mesmo!
A proposta do livro é apresentar uma crítica aos politicamente corretos e suas idéias, que muitas vezes nos emburrecem. A obra é dividida em vários capítulos, com curtos ensaios, que tratam de diferentes temas. São tópicos diversos, que fazem parte do nosso cotidiano, como sexualidade, aristocracia e ditadura. Todos são abordados visando a crítica à visão dos 'politicamente corretos'.
É interessante de se ler. As críticas, muitas pesadas, nos apresentam as coisas sob pontos de vista diferentes. Recomendo a leitura!
Trechos interessantes:
"Tenho medo do mundo, por isso, com a idade (hoje tenho 52 anos), tenho me tornado um homem sem muita curiosidade pelos outros, porque no fundo as pessoas são bem monótonas." (pg. 19)
"A praga PC (politicamente correto) é uma mistura de covardia, informação falsa e preocupação com a imagem. Combina com uma época frouxa como a nossa." (pg. 27) (o texto grifado foi acrescentado)
"Os melhores lideram, os médios e medíocres seguem." (pg. 38)
"Isso mesmo: força e coragem fazem as pessoas verdadeiras nas suas relações, enquanto a ausência de virtudes como essas as faz mentirosas e traiçoeiras." (pg. 42)
"... o homem da democracia, quando quer saber algo, pergunta para a pessoa do seu lado, e o que a maioria disser, ele assume como verdade. Daí que, no lugar do conhecimento, a democracia criou a opinião pública." (pg. 51)
"... quanto mais um homem ama (investe afetivamente em) uma mulher, mais ele fica inseguro e ciumento. Se seu namorado estimula você a viajar sozinha, ele provavelmente a está rifando." (pg. 85)
"A maior inimiga da beleza da mulher é a outra mulher, a feia. A condenação do uso da beleza feminina por parte das mulheres é uma ferramenta das que não têm, por azar (a beleza ainda é um recurso contingente), acesso à beleza, seja porque são feias, seja porque (no caso dos homens), em sendo feio (ou fraco), ele não pode 'pegar' a beleza da mulher nas mãos, beijá-la ou penetrá-la." (pg. 92)
Sobre esta edição: PONDÉ, Luiz Felipe. Ensaio politicamente incorreto da filosofia, Ensaio de Ironia. São Paulo: Leya, 2012.